Quem trabalha como corretor de imóveis sabe que, para se dar bem no mercado imobiliário, é preciso gostar de desafios e ter jogo de cintura para acompanhar um setor em constante transformação. Mas será que toda essa dedicação vale a pena? Afinal, quanto ganha um corretor de imóveis?
Essa é uma pergunta para a qual muitas pessoas gostariam de ouvir uma resposta, e é o que pretendemos fazer neste texto. Porém, por se tratar de uma resposta muito complexa, algumas considerações são necessárias.
Em primeiro lugar, precisamos considerar que, quando o assunto é salário, nem sempre é possível apresentar um número que consiga traduzir a realidade de um mercado tão amplo como o mercado imobiliário.
Em segundo lugar, assim como em qualquer outra área, a renda do corretor de imóveis vai depender de uma série de fatores, como tempo de atuação no mercado, catálogo de imóveis disponíveis, contatos na área e, é claro, da forma como cada corretor se dedica à sua profissão. Esses pequenos fatores podem fazer com o que um profissional fique aquém ou muito além da média salarial do seu setor.
Por isso, antes de dizer o quanto ganha um corretor de imóveis, vamos explicar como funciona essa profissão e como são calculadas as comissões. Em seguida, apresentaremos algumas dicas que podem ser muito úteis tanto para os profissionais que já atuam na área como para aqueles que planejam começar a atuar no mercado imobiliário.
Então, siga com a leitura e descubra quanto ganha um corretor de imóveis e como é a rotina de trabalho desse profissional!
O que é preciso para ser corretor de imóveis?
No Brasil, existe uma legislação específica para a regulamentação da profissão de corretor de imóveis. Trata-se da Lei nº 6.530, aprovada em 12 de maio de 1978 em substituição à Lei nº 4.116/1962, que foi a primeira legislação brasileira a tratar do assunto.
De acordo com a lei, a atuação do corretor de imóveis está condicionada ao seu registro no Conselho Regional de Fiscalização do Profissional Corretor de Imóveis (CRECI). Sem o registro, a atuação do profissional pode ser considerada ilegal. E, atuando na ilegalidade, caso o corretor tenha algum problema, como o não repasse do valor da comissão, ele ficará sem ter como recorrer à Justiça para exigir o pagamento pelo seu trabalho. Portanto, fazer o registro no conselho regional é indispensável.
Para se registrar no CRECI, o interessado precisa comprovar que tem formação profissional na área. Os cursos que formam profissionais para atuar como corretores imobiliários são os seguintes:
- Técnico em Transações Imobiliárias: curso de nível médio com duração entre quatro meses a um ano;
- Tecnólogo em Negócios Imobiliários ou Tecnólogo em Gestão Imobiliária: cursos de nível superior com duração de cerca de dois anos;
- Bacharelado em Ciências Imobiliárias: curso de nível superior com grau de bacharelado oferecido pela Universidade Federal do Maranhão com duração de quatro anos.
Além de ser indispensável para que o profissional consiga o registro, a formação garante ao corretor de imóveis os conhecimentos essenciais para poder atuar na área. Logo, é aconselhável que aqueles que procuram se destacar no mercado comecem investindo em uma formação de qualidade.
Como o corretor de imóveis atua no mercado?
A maioria dos corretores de imóveis atua como autônomo ou como associado de uma ou mais imobiliárias. Apesar de raros, há ainda os casos de corretores contratados como funcionários de imobiliária. Nesses casos, o profissional recebe um salário fixo e uma parte da comissão sobre as vendas dos imóveis.
Mas, para a maior parte dos corretores, a relação com a imobiliária não se configura como vínculo empregatício, uma vez que o profissional atua como um associado. Logo, a imobiliária não é obrigada a pagar ao corretor de imóveis um salário fixo mensal, sendo que o rendimento do profissional está diretamente atrelado ao número de contratos de venda e locação que forem negociados.
A vantagem desse modelo de relação é que o profissional tem a liberdade de organizar sua agenda de trabalho de acordo com os seus interesses e de estipular qual a carga horária que deseja trabalhar semanalmente. Além disso, a remuneração está ligada de forma direta ao trabalho realizado: quanto mais negócios fechados, maior o rendimento.
Qual o valor da comissão cobrada pelo corretor de imóveis?
Já sabemos que o salário do corretor de imóveis está diretamente relacionado à comissão a que tem direito em contratos de compra, venda, locações e gestão imobiliária. Mas quanto o corretor ganha efetivamente em cada uma dessas transações?
O valor da comissão pode variar muito da negociação entre o corretor de imóveis e seus clientes. Para orientar os profissionais autônomos e as imobiliárias nessa negociação, o CRECI estabelece como parâmetro uma tabela referencial de honorários.
No estado de São Paulo, por exemplo, o CRECI indica que o valor da comissão sobre a venda de imóveis urbanos e imóveis industriais fique entre 6% a 8%. No caso de imóveis rurais, esse percentual deve ficar em torno de 8% e 10%. Já os imóveis que são objeto de ação judicial, a indicação é que a comissão do corretor de imóveis seja de 5% sobre o valor da venda.
Para os contratos de locação, a indicação do CRECI é que o corretor de imóveis receba como pagamento pelos serviços prestados o valor do primeiro aluguel. Para locação de temporada, a comissão deve ser de até 30% sobre o valor recebido.
Alguns corretores podem atuar, ainda, na administração dos imóveis locados. Nesses casos, é indicado que a taxa de cobrança seja entre 8% a 10% do valor do aluguel enquanto perdurar o contrato, sendo o valor mínimo cobrado de R$ 50,00.
É preciso considerar que parte da comissão sobre as transações imobiliárias deve ser repassada para a imobiliária que atuou como parceira do corretor de imóveis na negociação. Ou seja, para os profissionais associados a imobiliárias, o valor da comissão deve ser negociado com antecedência com a empresa.
Quanto ganha um corretor de imóveis mensalmente?
No estado de São Paulo, um corretor que atue como autônomo e consiga vender um imóvel residencial urbano de R$ 300.000,00 receberá como pagamento entre R$ 18.000,00 e R$ 24.000,00.
Mas isso não significa que os corretores de imóveis consigam esse rendimento todos os meses. De acordo com os dados colhidos pelo site Love Mondays, a estimativa é de que a média salarial do corretor de imóveis seja de R$ 3.922,00 mensais.
Entretanto, há profissionais que chegam a declarar uma renda superior a 15 salários mínimos mensais. Tudo depende do mercado no qual o corretor está inserido, dos seus contatos, do valor dos imóveis negociados e uma série de outros fatores.
Como ter sucesso no mercado imobiliário como corretor?
É claro que o sucesso no mercado imobiliário depende em grande parte de questões macroeconômicas que não podem ser alteradas pelo profissional, como disponibilidade de crédito, estabilização da economia, redução do desemprego etc.
Entretanto, não há como negar que grande parte do segredo para ter sucesso está na forma como o profissional administra a sua carreira. Pensando nisso, separamos algumas dicas que podem ajudar o corretor de imóveis a se destacar no mercado. Confira!
Pensar como uma empresa
Trabalhar como corretor de imóveis requer uma mente empreendedora. Mesmo que o corretor não tenha nenhum funcionário, é preciso que ele pense e administre o próprio trabalho como se administrasse uma pequena empresa. Isso significa trazer para a vida pessoal a disciplina e a organização necessárias para gerenciar um negócio.
É importante que o profissional estabeleça os horários de trabalho previamente; defina um local de trabalho; planilhe os gastos para a manutenção do seu próprio trabalho, como gasto com combustível, estacionamento, energia, impressões, telefone etc. E, o mais importante, entenda os altos e baixos como oscilações normais na vida de uma empresa e não como derrotas pessoais.
Estabelecer metas realizáveis
Querer mais é uma atitude saudável e que mantém o entusiasmo profissional. Entretanto, estabelecer metas muito ousadas pode desgastar o profissional psicologicamente e afetar os negócios. Para evitar estresses desnecessários, é importante que o profissional estabeleça metas realizáveis e, aos poucos, vá assumindo metas mais ousadas.
Ter uma reserva financeira
Como o corretor de imóveis é remunerado apenas por meio de sua comissão, é importante que o profissional mantenha sempre um dinheiro guardado, de preferência um valor que possa arcar com as despesas pessoais do profissional por até seis meses. Esse dinheiro deverá servir para pagar as contas enquanto novos negócios não são concluídos, evitando o endividamento.
Ampliar a sua rede de contatos
Para se dar bem no ramo da corretagem imobiliária é imprescindível fazer contatos. A boa notícia é que ampliar a rede de contatos é mais fácil do que parece. Basta ser cordial e gentil com todos os tipos de pessoas, das mais variadas classes sociais e, sempre que possível, o corretor de imóveis deve deixar claro que atua no mercado imobiliário, assim as pessoas saberão quem podem procurar quando quiserem realizar alguma transação imobiliária.
Usar a tecnologia a seu favor
Não é porque o mercado imobiliário é considerado um setor tradicional da economia que a sua forma de fazer negócios também precisa ser. Hoje em dia, a maioria das pessoas têm um cotidiano corrido e não possuem disponibilidade para conhecer presencialmente inúmeros imóveis.
Para facilitar a vida dos clientes e a sua própria rotina, o corretor de imóveis deve colocar a tecnologia a seu favor. Utilize plataformas imobiliárias online, esteja presente nas redes sociais, envie e-mails etc.
Para se destacar em um mercado concorrido, vale a pena ousar e lançar mão de soluções inovadoras que ajudem a seduzir os seus clientes! Por exemplo, o uso de imagens 360°, amplamente utilizadas por construtoras em lançamentos de imóveis, são ainda pouco exploradas pelos corretores e imobiliárias. Hoje em dia, com algumas aplicações, é possível construir imagens 360° com facilidade e diferenciar os anúncios de imóveis!
Como você pôde ver, quanto ganha um corretor de imóveis depende, em grande parte, de sua organização, especialização e capacidade de ousar para se destacar no mercado.
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